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Personagens que habitam a sala de aula

Atualizado: 22 de mai. de 2023



Em 2019, decidimos investir no desenvolvimento de práticas pedagógicas para o ensino de Humanidades com uso de tecnologias de imersão. Entre os equipamentos do laboratório, tínhamos uma câmera 360º e um kit de Realidade Virtual composto por um celular e um óculos RV.


A ideia surgiu de uma conversa entre a equipe de que poderíamos realizar uma gravação em 360º de uma sala de aula, levando o público a imergir neste ambiente. A narrativa seria construída em torno de um primeiro dia de aula de uma turma de escola pública do 1º ano do Ensino Médio. Aquele dia em que os alunos ainda não se conhecem e estão chegando em sua nova escola. Este é o momento em que acionamos os mecanismos de autodefesa, quando usamos estereótipos para assimilar o novo contexto. Mas quais seriam esses “personagens que habitam a sala de aula”? Quais são os estereótipos trazidos pela memória dos estudantes?


Para desenvolver o protótipo, partimos para a fase de pesquisa de campo. Reunimos os seis bolsistas de iniciação científica para o ensino médio da equipe em andamento (3º edição do Sociolab 2019/2020) e em uma conversa descontraída perguntamos quais eram esses personagens. Anotadas as ideias, reunimos outro grupo, de outra escola, e fizemos a mesma pergunta. Bingo: haviam personagens que se repetiam nas falas. Para nossa produção, convidamos os estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Dom Vital (Recife-PE), que haviam participado conosco do projeto Teatro como Método e conheciam algumas técnicas de interpretação teatral, para serem os nossos atores.


A narrativa acontece em uma sala de aula da escola, com cada estudante performando um dos personagens, improvisando falas e gestos de acordo com os estereótipos identificados. A câmera 360º foi posicionada no centro da sala, organizando as bancas na forma de semicírculo. A gravação foi em take único, com duração de 3 minutos e 32 segundos.


Com uso dos óculos de realidade virtual, propomos como prática pedagógica levar o vídeo para a sala de aula e pedir que um estudante imergisse naquele ambiente desconhecido e descrevesse para a turma as pessoas presentes na cena. De acordo com sua descrição, seriam levantados questionamentos sobre se aqueles personagens eram conhecidos, trazendo à tona os estereótipos e iniciando uma discussão sociológica sobre a formação de identidades.


Proposta pedagógica pronta, como levar para as escolas? Teríamos que nos limitar ao uso do kit de realidade virtual do multiHlab? Afinal, as escolas não dispõem dos equipamentos. Deste incômodo, foi desenvolvido o trabalho de conclusão de curso no Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio/Fundaj) da bolsista multiHlab Rosilene Pereira da Silva. Ela criou o guia didáticoTecnologias imersivas para o ensino de Sociologia”, defendido em novembro de 2021. Demonstrou que há equipamentos com custos acessíveis e como pode ser desenvolvida a prática em sala com o uso do nosso vídeo, agora disponível no YouTube.


Esse protótipo gerou importantes aprendizados para a equipe do multiHlab, incluindo o manuseio dos equipamentos e desenvolvimento de estratégias pedagógicas com uso de tecnologias imersivas. Novas ideias foram pulando de nossas cabeças e criamos nosso segundo protótipo com uso de vídeo em 360º : Lorotas Urbanas.


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